sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ALUMÍNIO


O céu que hoje esconde o tudo
Amanhã revela pouco
O sexo na varanda
A lua cheia reluzente do lago fétido
Represa de sentimentos imaturos
Esquecidos à sombra dos pinheiros semi-mortos
As pinhas na estrada
Implorando um vento forte
De dia Sol e mistério
Na noite temor e fumaça
Fazenda escura de alma livre
Aprisionando a memória
A máquina tecla sempre
Incapaz de descrever o momento
Líquidos se misturando
Mergulhos nunca vividos
Alúminio, peixes e lâmpadas
Flores, armas, alvos e cobras
Cápsulas ao chão, aos montes
Dores ao relento
Som explodindo ouvidos surdos
Que fingem, que não entendem
Que sabem e camuflam
Os cadáveres da lembrança
Tudo é pouco, sempre
Quando se deseja o infinito
Passado, presente, futuro
Sangue nas veias e ganido
Tempo coagulando o verde
Vermelho céu
De outras vidas
Onde o azul se faz presente

25.03.2004
Paula Orsi Cruz

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